sábado, 16 de agosto de 2008

Agapan no Gasômetro! É neste domingo, 17, a partir das 15h

A atual ameaça de privatização da Orla do Guaíba vai mobilizar ambientalistas e simpatizantes para comemorar os 20 anos da subida e da ocupação do topo da Chaminé da Usina do Gasômetro em Porto Alegre. A partir das 15h deste domingo, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) homenageia os quatro corajosos que subiram a chaminé, Gert Schinke, Gerson Buss, Sidnei Zomer e Guilherme Dornelles.

Para a presidente da Agapan, Edi Fonseca, os 70 quilômetros de orla devem ser preservados como espaço público, voltado para a cultura e o lazer. “É inadmissível que o governo não respeite as leis”, exclama, ao convidar a população para um abraço simbólico ao Guaíba.

Além das homenagens, performance do artista e músico Zé Tambor, o Zé da Terrera. A Agapan vai lançar uma Campanha de Assinaturas, em parceria com os Movimentos Porto Alegre Vive, Viva Gasômetro e Rio Guahyba e a ONG Solidariedade, pela preservação da orla.

Para Guilherme Dornelles, momentos como esse alertam a população sobre o que os governos estão fazendo e sobre as conseqüências dessas decisões políticas. “Falta informação sobre os reflexos que a ocupação de morros e da orla vão nos causar”, diz. Gerson Buss Reforça a importância dos cidadãos fiscalizarem as ações e atitudes dos governos.

Como prova de que a informação mobiliza as pessoas, Sidnei Zomer lembra o engarrafamento de carros em torno da Usina do Gasômetro, atraídos pelas veiculações ao vivo das rádios locais, que narravam o conflito que se estendeu com a polícia, o abraço simbólico ao Guaíba e a ida da população até a Câmara de Vereadores, pressionando a não aprovação do projeto Praia do Guaíba. Para Gert Schinke, “todo esse encadeamento político foi uma das mais bem sucedidas estratégias políticas do movimento ecológico no meio urbano no Brasil”.

A comemoração da Agapan segue à noite, às 20h, com veiculação, pela TVCom, do documentário "Tomada da Chaminé", através do Programa Documento TVCom, produzido e editado por Leonardo Caldas Vargas e apresentado por Simone Lazzari, com reprise à meia-noite. Haverá entrevistas e exibição de fotos e cenas de vídeos da época.


Assessoria de Imprensa da Agapan/RS - http://www.agapan.org.br/

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Presidente da Fepam/RS, Ana Pellini, acusa ONGs de “patrulha” e “ditadura ambiental”

A presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam), Ana Pellini, afirmou hoje ser uma vítima de “patrulhas ambientais” das ONGs, que estariam querendo impor uma “ditadura ambiental” e impedir o crescimento e o desenvolvimento do Estado.

Ela concedeu entrevista coletiva, ao meio-dia, para anunciar que dia 27 próximo, no prazo concedido pelo judiciário, apresentará sua defesa na Ação Civil Pública movida por cinco ONGs que a acusam de improbidade administrativa à frente do órgão, perseguição e assédio moral a técnicos da instituição.

As ONGs Sociedade Amigos das Águas Limpas e do Verde (Saalve), Agapan, Igré, Instituto Biofilia e Mira-Serra ingressaram com a ACP semana passada, pedindo o afastamento imediato de Ana Pellini do cargo e cobrança de multa por prejuízos que teria causado ao Estado.

Clima de Terror

Segundo as ONGs, desde que assumiu, em maio de 2007, ela teria instaurado um “clima de terror” na Fundação, com pressão constante sobre funcionários visando a liberação de grandes empreendimentos no Estado, sem levar em consideração as cautelas necessárias à preservação do meio ambiente.

Os episódios citados relacionam-se com as recentes discussões do Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS), que tratou dos grandes projetos de plantio de eucalipto pelas papeleiras; a ampliação da fábrica da Aracruz, em Guaíba, e o licenciamento de barragens.

O juiz Eugênio Couto Terra, da 1.ª Vara de Fazenda Pública, aceitou a Ação Civil Pública, considerando as ONGs legítimas para isso, mas decidiu aguardar a defesa da presidente para uma definição quanto ao pedido de liminar que pode destituí-la do cargo imediatamente.

Caos Administrativo

Antes das perguntas dos jornalistas, no auditório da Fepam, a presidente leu um texto com suas considerações sobre o processo. “Os fatos apontados pelos autores da ação não correspondem à realidade. Vou apresentar minha defesa no prazo que me foi concedido pelo Poder Judiciário, ou seja, nos próximos 15 dias”, começou dizendo.

A seguir, afirmou que ao chegar na Fundação, há pouco mais de um ano, encontrou uma situação de “caos administrativo”, com 12 mil licenças ambientais paradas em caixas, algumas há mais de cinco anos.

Repetindo expressões usadas há poucos dias pelo secretário do Meio Ambiente, Otaviano Moraes, a presidente bateu na tecla de que precisou tomar medidas emergenciais para acelerar os processos. Os empreendedores estavam já em desespero, batendo à porta da Fepam acompanhados de prefeitos e deputados para tentar obter alguma resposta, afirmou.

Plano Emergencial

Um plano emergencial foi adotado, acrescentou, com prazos e metas, e hoje restam cerca de 600 processos daquele total. Foi liberado desde 2005, até agora, o plantio de cerca de 130 mil hectares de eucalipto e araucária e receberam licença prévia – fixando as condições para o plantio – cerca de 500 mil hectares, informou.

No entanto, segundo ela, não houve descuido com a qualidade dos licenciamentos – embora as ONGs apontem casos de pareceres desrespeitados e o afastamento de técnicos que discordaram de encaminhamentos importantes, como no caso da ampliação da Aracruz, onde três funcionários, duas engenheiras e um meteorologista, foram transferidos de setor.

“Nossa orientação sempre foi de tolerância zero com a degradação ambiental”, afirmou Pellini. Todos os licenciamentos, disse, foram realizados por técnicos concursados, e estão disponíveis no site da instituição. Qualquer erro verificado será corrigido, garantiu.

Questionada pela EcoAgência sobre as transferências de funcionários, Ana Pellini argumentou que nos órgãos colegiados, como as Câmaras Técnicas do Conselho Estadual do Meio Ambiente, a função dos técnicos da Fepam, para ela, é representar a posição oficial da instituição – embora a posição institucional e o parecer técnico às vezes não correspondam, como já aconteceu.

Recursos Atmosféricos

Sobre a substituição, semana passada, do engenheiro Antenor Pacheco da presidência da Comissão Ténica dos Recursos Atmosféricos, ela justificou a medida pelo fato dele estar fora das atividades da Fepam, exercendo cargo no sindicato da sua categoria.

Nesta CT estão sendo discutidos os parâmetros ambientais para a implantação de termelétricas à carvão no RS, e a ONG Amigos da Terra denunciou que há uma proposta de redução dos limites de emissões de poluentes.

Quanto a outras substituições, na área de licenciamento, ela disse que ocorreram para incluir técnicos com mais agilidade para tocar os processos – funcionários com “maior agilidade mental”, referiu, no final da entrevista.

“Estou muito tranqüila porque sei o que fiz e porque fiz”, declarou. Pelo tipo de ação que sofre, uma Ação Civil Pública contra sua pessoa por improbidade administrativa, Ana Pellini não pode recorrer aos serviços do Estado e confirmou que vai se defender com advogado próprio.

Clique aqui para ler a íntegra do documento da presidente da Fepam.

Por Ulisses A. Nenê, da EcoAgência. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

Lixo e cidadania

Por José Vicente Pimenta*

O problema do lixo nos grandes centros urbanos tem se tornado cada vez mais intangível e polêmico em todo o mundo, já que envolve desde a saúde pública ao consumo responsável. Em São Paulo não é diferente.

A maior metrópole do país produz 14 mil toneladas diariamente e pouquíssimo dessa montanha de lixo é reciclado. É claro que a reciclagem é apenas uma de tantas outras soluções para o problema.

Com a intenção de contribuir nas discussões entre comunidades, poder público e iniciativa privada sobre a questão dos aterros sanitários na zona Leste de São Paulo, nós criamos em julho de 2007 a campanha “Mais vida, menos lixo”, durante a 3ª Caminhada ao Morro do Cruzeiro, organizada pela Pastoral da Ecologia da Arquidiocese de São Paulo, com o apoio da ONG Defensoria da Água.

Na época, além de não querermos mais lixo no aterro (que já estava com sua capacidade esgotada), estávamos determinados a impedir a destruição de um milhão e duzentos mil metros quadrados de Mata Atlântica para a construção do maior lixão do mundo.

Desde então, a campanha – que envolve entidades, comunidades e escolas - descobriu irregularidades e denunciou ao Ministério Público a existência de muitos crimes ambientais e problemas no processo de licenciamento que tramita na Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Com base nessas informações, a justiça determinou a suspensão do processo por tempo indeterminado (porém, recentemente, o aterro de São Mateus foi aberto e receberá lixo por mais 11 meses).

Além de denunciar os crimes ambientais, a campanha reuniu semanalmente um grupo de ambientalistas para estudar o assunto e responder à pergunta que mais ouvimos no último ano: “O que fazer com todo o lixo produzido na cidade de São Paulo?”.

Da campanha e de tantas indagações, criamos a cartilha “Mais vida, menos lixo”, resultante desse estudo, que será lançada no dia 19 de agosto, na Bienal do Livro.

Ela contém um pouco da história do lixo na cidade, uma sinopse das principais leis de proteção ambiental, orientações práticas para que o cidadão defenda com eficiência os interesses difusos da coletividade e propostas consistentes para municípios de qualquer tamanho construírem um plano diretor de gerenciamento de resíduos sólidos.

Seu conteúdo textual não tem reservas de direitos, pode e deve ser reproduzido livremente por qualquer meio. O importante é multiplicar o debate.

Ao longo dessa campanha aprendemos que o mais importante é construir com a comunidade uma aliança. Aliança no sentido de parceria, solidariedade e troca de informações para que garantir nossos direitos de cidadãos.

Investimento em educação e, conseqüentemente, em consciência ambiental, deve ser um dos projetos a entrar nas pautas de todos os candidatos. O problema do lixo deve ser levado ao centro do debate eleitoral na cidade. Esta é a hora de fazer cobranças a cada um dos candidatos.

*O autor é teólogo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros do Estado de São Paulo e coordenador da Campanha “Mais vida, menos lixo”. Para informações sobre a cartilha: Giselle Hoffmann - Ex-Libris Comunicação Integrada - (11) 3266.6088 - ramal 216 giselle@libris.com.br

Zonas mortas nos oceanos já alcançam 245 mil quilômetros quadrados

Um novo estudo afirma que quedas acentuadas no oxigênio dissolvido contido nos oceanos é um dos problemas ambientais mais sérios do século.

A eliminação é causada pelo aumento em nutrientes químicos, que estimulam a atividade microbiana de depleção do oxigênio e provocam a morte ou a dispersão de muitos organismos marinhos, aponta a pesquisa, publicada na edição desta sexta-feira (15/8) da revista Science.

O trabalho foi feito por Robert Diaz, do Instituto de Ciência Marinha da Virgínia, nos Estados Unidos, e por Rutger Rosenberg, do Departamento de Ecologia Marinha da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Segundo eles, o número dessas "zonas mortas", ou seja, com oxigênio insuficiente para apoiar a vida, dobrou em cada década desde a de 1960.

O cenário está se agravando, uma vez que apenas de 1995 a 2007 essas áreas aumentaram em 33%. Os pesquisadores apontam que há atualmente mais de 400 sistemas marinhos do tipo, que ocupam uma área total superior a 245 mil quilômetros quadrados.

O estudo aponta que as principais causas para os níveis elevados de nutrientes e para o excesso de atividade microbiana são o aumento da presença de fertilizantes atirados em rios e a queima de combustíveis fósseis.

"O surgimento das zonas mortas não é um evento natural. Essas zonas eram raras, mas agora são comuns", disse Diaz. Segundo ele, a principal alternativa para que as zonas mortas não aumentem ainda mais é o desenvolvimento de métodos que mantenham os nutrientes induzidos pela ação humana fora dos sistemas aquáticos.

O estudo indica que nenhuma outra variável de tamanha importância para os sistemas costeiros sofreu tantas alterações em um período de tempo tão curto como os níveis de oxigênio dissolvido. Segundo os autores, o problema deverá se tornar em pouco tempo o fator mais importante com relação ao uso humano de mares e oceanos.

O artigo Spreading dead zones and consequences for marine ecosystems, de Robert Diaz e Rutger Rosenberg, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Agência Fapesp. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

Arroz quilombola no cardápio da merenda escolar em Mostardas

Alunos da rede escolar pública do município de Mostardas receberam ontem o arroz africano e o feijão sopinha, que agora fazem parte do cardápio da sua merenda. Os alimentos integram a primeira safra produzida pelos moradores do quilombo dos Colodianos visando a comercialização.

Segundo a Embrapa Arroz e Feijão de Goiás, o arroz Oryza glaberrima, originário da África e trazido pelos escravos, apresenta maior valor nutricional quando comparado ao arroz asiático, Oryza sativa. O arroz vermelho ou quilombola possui 90% a mais de ferro, 30% de zinco e 52% de proteína. Ele também é rico em selênio.

Os produtores do arroz estiveram na Feira dos Agricultores Ecologistas, FAE, no dia 19 de julho, degustando a colheita.

"Foi muito significativa a vinda do grupo de quilombolas. Eles puderam ver que o seu produto tem uma ótima aceitação pelo público da feira, o que é mais difícil de acontecer no interior", destaca Nelson Diehl, da ONG Gayí, que fornece assistência e insumos da agricultura orgânica ao grupo.

Uma Festa Africana para divulgar a cultura e alimentos daqueles que trouxeram ao país o mais típico prato brasileiro - arroz com feijão - acontece na FAE, no dia 23 de agosto - sábado da próxima semana.

A data foi marcada pela ONU como dia internacional da lembrança do tráfico e da sua abolição.

Por Cláudia Dreier, jornalista. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente promove seminários em Pelotas e Porto Alegre

A investida das grandes papeleiras na Metade Sul do Estado, com seus projetos de produção de celulose, é o tema do III Seminário Políticas Públicas de Meio Ambiente que o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente promove na próxima terça-feira, dia 19, em Pelotas. O evento vai ocorrer das 10 às 17 horas, no auditório da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal (UFPel).

Estão convidados, como palestrantes e debatedores, o agrônomo Carlos Nabinger, o ambientalista e zoólogo Ludwig Buckup e o jornalista Najar Tubino, dentre outros pesquisadores e gestores ambientais. As inscrições são gratuitas. A organização do evento está buscando apoio para garantir o transporte de participantes de Porto Alegre a Pelotas.

Dando continuidade às atividades que vêm sendo promovidas mensalmente na capital, o Movimento realizará também o IV Seminário Políticas Públicas de Meio Ambiente, sobre o caso das Barragens Jaguari e Taquarembó, dia 20 de agosto (quarta-feira) no auditório do Semapi/Sindicato, em Porto Alegre.

Nesta edição o painelista convidado é o consultor da OEA Antônio Eduardo Lanna, doutor (PhD) em planejamento e gestão de recursos hídricos. A atividade se desenvolve das 18h30min às 21 horas, no auditório da entidade, à Rua Lima e Silva, 280.

Um dos objetivos do movimento, desde sua criação, é a descentralização da discussão sobre o meio ambiente, indo ao encontro das comunidades e agentes sociais envolvidos na luta pela preservação ambiental no Estado, explica o ecólogo Felipe Amaral, secretário executivo do Instituto Biofilia e um dos coordenadores deste movimento.

“A proposta do grupo é manter o foco nas discussões públicas, levando informação, promovendo articulação política ambiental com distintos setores da sociedade”, disse.


Da redação da EcoAgência, com informações do Instituto Biofilia (contato@institutobiofilia.org.br). Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

Obra que será lançada segunda-feira mostra toda a biodiversidade dos Campos de Cima da Serra no RS e SC

Dois livros compõem a obra Biodiversidade dos Campos de Cima da Serra destinada aos interessados em conhecer a paisagem e os moradores nativos da região mais elevada do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O lançamento acontece dia 18 de agosto, segunda-feira, às 19h30min, na Livraria Cultura, em Porto Alegre.

A coleção fechada de dois volumes recebeu o patrocínio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, em tiragem especial, é oferecida ao público. Ela apresenta os ambientes naturais e as principais espécies de seres vivos da Região dos Campos de Cima da Serra, através de páginas impressas a cores, com textos de fácil compreensão, fotos e desenhos.

Aborda também as grandes ameaças de destruição à riqueza ali encontrada, objetivando conscientizar sobre a importância desse ambiente e das espécies que nele interagem. Esse trabalho é o resultado da pesquisa realizada por 32 co-autores, ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS.

Educação ambiental

Com cerca de 350 fotos coloridas, o primeiro volume apresenta os principais representantes da flora, invertebrados aquáticos, insetos, borboletas, peixes, sapos, répteis, aves e mamíferos. O segundo volume traz ilustrações e exercícios didáticos sobre a diversidade da flora e da fauna dos Campos de Cima da Serra para serem desenvolvidos em sala de aula, abrangendo desde o ensino fundamental até o ensino médio.

Estimulando o desenvolvimento da educação ambiental, outras sugestões para os professores foram incorporadas às atividades. "A riqueza cênica e biológica da região pode ser contabilizada pelo número considerável de espécies endêmicas, que só existem naquele local. Infelizmente muitas já estão ameaçadas de extinção devido à destruição dos seus habitats pelas barragens, plantações de árvores exóticas e queimadas nos campos", alerta Georgina Bond-Buckup, organizadora dos livros que reuniu uma equipe de especialistas em biologia, ecologia e geografia.
Essas publicações integram os produtos de um projeto patrocinado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia), tendo como participantes UFRGS, PUCRS e a Igré- Associação Sócio-Ambientalista, com o objetivo de popularizar o conhecimento científico.

Fonte: Divulgação.

NEJ-RS comemora nova sede, no centro de Porto Alegre

O Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul está de casa nova. A partir desta quarta-feira, 13, a nova sede do NEJ-RS é no terceiro andar do prédio da Associação Riograndense de Imprensa, no centro de Porto Alegre. A assinatura do Termo de Cessão aconteceu à tarde e foi feita pela coordenadora do Núcleo, jornalista, professora e doutora em Comunicação, Ilza Girardi, e o presidente da Ari, Ercy Torma.

“O prédio da Ari”, como é conhecido, tem 65 anos. “Nosso sonho é ter todas as dependências ocupadas”, afirma Torma. Seu desejo é transformar o prédio em um centro cultural, voltado às comunicações, incluindo dança, cinema, teatro e marketing. “Todas as formas de comunicação”, destaca, ao salientar que o projeto deve ser permanente.

Para a coordenadora do Nej, a sede própria é a realização de um sonho. “O contato com a Ari é muito bom, assim como sempre foi boa nossa relação com o Sindicato (dos Jornalistas do RS), que por muitos anos nos cedeu suas dependências”, diz Ilza Girardi, ao destacar que na Ari, o Nej vai centralizar atividades como cursos, debates e palestras. “Vamos concretizar nossos projetos de jornalismo ambiental”.

De acordo com o contrato, a Associação cede o conjunto 303, onde o Núcleo vai instalar a redação da EcoAgência, mantida desde 2001, quando foi lançada durante o 1º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. O Nej poderá utilizar a Sala de Coletivas Barbosa Lima Sobrino, do sexto andar, e o Salão Nobre Hipólito José da Costa, no oitavo. “Vamos retomar o projeto Terça Ecológica, promovendo debates e capacitações sobre diversos temas ambientais”, antecipa Ilza.

Enquanto a sede é reformada e montada a redação da EcoAgência, o Núcleo mantém no ar o blog provisório http://www.ecoagencia.com.br/ . O novo portal está sendo desenvolvido pela Ozone e tem previsão de lançamento para setembro.

A assinatura do contrato com a entrega das chaves foi acompanhada pelo professor e diretor da Ari, Mário Rocha, e pelos integrantes da Diretoria do Nej, Adriane Bertoglio Rodriges (secretária), Reges Schwaab (diretor de Comunicação) e Ulisses Almeida Nenê (diretor de Relações Institucionais).


Por Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para a EcoAgência. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Por Hernán Sorhuet Gelós*

Ninguém sabe o que acontecerá em 2012, quanto termine a vigência do Protocolo de Kioto. O compromisso assumido no dito protocolo por quase a totalidade das nações chamadas de “Anexo I” – ou seja, as industrializadas e aquelas que se encontram em um processo de transição para uma economia de mercado -, pretende reverter a perigosa contaminação da atmosfera em grande escala com gases de efeito estufa, provocada pelos seres humanos. É que aos grandes responsáveis pelo problema cabe assumir o peso das soluções.

As negociações neste terreno são muito difíceis porque cumprir o acordo de Kioto lhes custa muito dinheiro.

Por essa razão existem os chamados mecanismos de flexibilização, criados com o objetivo de de facilitar aos países do Anexo I o cumprimento de suas metas. Como? Oferecendo maneiras de reduzir as emissões ou a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Dos três mecanismos previstos, só um deles inclui os chamados países “em desenvolvimento”; trata-se do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Ele permite que um país industrializado cumpra com suas metas de redução mediante o apoio de projetos em países em desenvolvimento que consigam baixar as emissões de gases de efeito estufa, ou que capturem carbono do ar. A condição é que esses projetos favoreçam o desenvolvimento sustentável local.

A razão é simples, são mais baratos que tentar conseguir as reduções previstas dentro de seus territórios.

Desde então, o MDL deveria ser complementar às reduções de emissões reais conseguidas internamente por cada país do Anexo I.

Para nossos países o MDL significa uma oportunidade interessante; deve utilizar-se com inteligência. Pode tornar viável um projeto oneroso; incorporar ao país tecnologia limpa que está fora do nosso alcance. Também obriga o país a ser muito estrito com o controle dos impactos ambientais. Eventualmente poderia gerar algum recurso através da venda dos créditos de carbono.

Em síntese, o MDL paga a quantidade de gases de efeito estufa que não se emite para a atmosfera, através dos certificados de redução de emissões.

Atualmente no Uruguai existem quatro projetos de MDL. O mais antigo é o que desenvolvem os espanhóis na fábrica de cimento Portland em Minas, queimando casca de arroz como fonte de energia substituta do petróleo.

O segundo projeto é da Prefeitura de Montevidéo com o Banco Mundial (o comprador é o governo Espanhol). Consiste em evitar as emissões de metano na usina de Felipe Cardozo (que concentra o lixo de Montevidéo). Canalizam o gás para a queima; infelizmente não encontraram uma maneira de utilizá-lo como fonte de energia.

O terceiro projeto funcionará na fábrica da Botnia. Gerará eletricidade a partir da queima do licor negro (biomassa) - restos vegetais do processo industrial altamente contaminantes.
A fábrica se autoabastecerá de eletricidade e venderá o excedente à UTE. Os certificados de redução de gases serão trocados na Finlândia.

Começou também um projeto de gás natural no curtume Branaa para otimizar o uso da energia, reduzindo consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa e a UTE começa lentamente a comprar energia alternativa.

*O autor é jornalista no Uruguai, onde escreve sobre meio ambiente no jornal El País, de Montevidéo. Reprodução autorizada, citando-se a fonte. Tradução: Ulisses A. Nenê para a EcoAgência.

Porto Alegre sedia oficina sobre Jardim Orgânico


Jardim Orgânico: Um Espaço Saudável e Sustentável é o tema de oficina que será realizada no próximo dia 23, sábado, em Porto Alegre. "O objetivo é aprendermos com a natureza", destaca o instrutor Eduardo José Diehl, ao explicar a importância da incorporação prática de formas ambientalmente mais corretas. "Nesses pequenos cursos, proponho uma evolução, que atinge também os alimentos e o vestuário". A oficina será realizada das 14h às 18h, na sede da Yucatan Clínica & Centro Cultural, que fica no bairro MontSerrat. As inscrições estão abertas e custam R$ 90,00 antecipado R$ 100,00 na hora.

Durante a oficina, Diehl, que é médico veterinário e educador ambiental, vai abordar sobre as características e possibilidades de um Jardim Orgânico. Também será exibido o vídeo comentado "O jardim como um Mestre" e tratado sobre os habitantes do solo e a compostagem doméstica na prática.

Há mais de 10 anos, Diehl tem focado seu trabalho na área da educação ambiental, utilizando sua formação na permacultura, na bioarquitetura e na agroecologia. "Como veterinário, procuro repassar uma visão de complementariedade, envolvendo, por exemplo, a gestão de resíduos e o aproveitamento da água da chuva", diz, ao afirmar que o jardim é uma ferramenta para tornar didáticas essas informações de extensão da percepção ambiental urbana e rural.

"Procuramos demonstrar que não é preciso comprar terra ou importá-la de outro local", explica o instrutor. "Defendemos uma leitura do que está disponível na residência ou mesmo na cidade e, a partir disso, criamos estratégias de utilização da água, da terra, do sol, das pessoas e dos recursos financeiros", observa.

Como o foco da oficina sobre Jardim Orgânico é a sustentabilidade, Diehl salienta estar dividida em teoria e prática. "Utilizamos um pequeno oásis urbano em Porto Alegre, que tem todos os elementos destacados no curso, como uma mandala de ervas, uma composteira doméstica, um jardim zen, um recanto para meditação, produção de mudas e pisos drenantes", cita.

Temas como agricultura urbana orgânica, consumo consciente e mobilidade sustentável são alguns dos temas que estão disponíveis no site http://www.viverbemnacidade.org.br/. "O objetivo do site é aprender com a natureza, aprender através do fazer", finaliza Diehl.

Sobre a oficina sobre Jardim Orgânico, informações e inscrições pelo (51) 3026-8224 ou http://www.yucatanbr.com.br/.

Por Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para a EcoAgência. Reprodução permitida, desde que citada a fonte.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Agapan comemora 20 anos da subida da Chaminé do Gasômetro no próximo domingo

Domingo, dia 17, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) comemora os 20 anos da subida e da ocupação do topo da Chaminé da Usina do Gasômetro em Porto Alegre. Na ocasião quatro integrantes da Agapan colocaram uma faixa de 45 metros de cumprimento com os dizeres "Não ao Projeto Praia do Guaíba - AGAPAN". O objetivo deste gesto foi chamar a atenção da opinião pública para a sessão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre que naquela tarde iria votar o Projeto Praia do Guaíba, que visava a privatização da Orla do Guaíba.

No próximo domingo, a comemoração também tem como objetivo chamar a atenção para os riscos de privatização que novamente estão ameaçando o uso público da orla. A partir das 15h, haverá concentração e performance do artista e músico Zé Tambor, o Zé da Terrera. Os quatro heróis de 20 anos atrás, Gert Schinke, Gerson Buss, Sidnei Sommer e Guilherme Dornelles, serão homenageado. A Agapan vai lançar uma Campanha de Assinaturas, em parceria com os Movimentos Porto Alegre Vive, Solidariedade, Viva Gasômetro e Rio Guahyba, pela preservação da orla. O público será convidado a dar um abraço simbólico às margens do Guaíba.

A comemoração segue à noite, às 20h, com veiculação, pela TVCom, do documentário "Tomada da Chaminé", através do Programa Documento TVCom, produzido e editado por Leonardo Caldas Vargas e apresentado por Simone Lazzari, com reprise à meia-noite. Haverá entrevistas com os jovens (na época) que escalaram a Chaminé, com jornalistas, com fotos e cenas de vídeos da época. “Vamos reconstituir o dia da tomada da chaminé, contando tudo, com o máximo de personagens possíveis”, antecipou o produtor, ao exclamar “vamos abraçar essa. Vai ser muito bacana!”.

Gert Schinke, um dos homenageados, se diz contente com a disposição da TVCom em registrar um dos marcos da história do movimento ecológico, que tem a Agapan como entidade ambiental pioneira no Brasil e na América Latina. “Há vinte anos, os veículos que mais deram cobertura aos fatos foram os da RBS. Foi minha constatação ao reprisar os documentos da época. O documentário que o Leonardo e a Alice (Urbim, editora da TVCom) querem fazer parece um "achado" do Celso (Marques, conselheiro e presidente da Agapan na época) que vem a calhar muito bem na passagem dos 20 anos dessa epopéia”, relembra.

Para a atual presidente da Agapan, Edi Fonseca, “esse documentário será um registro muito importante sobre este episódio, que teve um papel fundamental na manutenção da nossa orla, sem edificações”.

“A orla do Guaíba, este espaço nobre que faz parte da ecologia e da identidade paisagística de Porto Alegre ainda não está com a sua integridade garantida para as futuras gerações”, alerta Celso Marques , ao anunciar que o motivo desta "comemoração" de 20 anos é também chamar a atenção da opinião pública para conjuntos de fatos que evidenciam esta realidade, que são as ocupações que têm ameaçado a conservação da orla como um espaço público, cultura e de lazer.


Informações
Assessoria de Imprensa da Agapan/RS
http://www.agapan.org.br/

Empresa quer licença especial para iniciar obras da Hidrelétrica de Jirau em setembro

O grupo responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, vai tentar convencer o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a conceder uma licença de instalação específica para o canteiro de obras, para permitir que a construção da usina comece em setembro, como programado.
Se perder esse prazo, a obra só poderá ter início em abril, quando a vazão do rio diminuir novamente, e o prazo de geração de energia, previsto para dezembro de 2011, deverá atrasar em cerca de quatro meses. O contrato de concessão para a Usina de Jirau foi assinado hoje (12), no Palácio do Planalto.

A previsão do Ibama para conceder a licença de instalação de Jirau é de 90 dias a partir de hoje. “Esse é um prazo que fecha a janela hidrológica. Estamos mostrando que entendemos que é possível sair uma licença específica para a instalação do canteiro”, afirmou o presidente da Energia Sustentável do Brasil, Victor Paranhos. O consórcio é o responsável pelas obras da usina.

O Ibama confirma que já recebeu o pedido da licença específica para o canteiro de obras e esclarece que não existe uma legislação que proíba a concessão. A assessoria do instituto informou que o procedimento já foi adotado anteriormente, mas nunca para uma hiderlétrica.

Além da questão ambiental, a empresa pode ter que superar possíveis problemas com o grupo liderado pela Odebrecht, que perdeu a disputa pelo leilão de Jirau, e pode questionar na Justiça as alterações no projeto apresentadas pelos vencedores. Paranhos garantiu que a Energia Sustentável não quer briga e está pronta para conversar com a Odebrecht. “Minha mãe falava que, quando um não quer, dois não brigam. Nós não queremos, nunca brigamos, nunca atacamos ninguém”, disse Paranhos.

Uma das mudanças previstas é a da localização da usina, que ficaria 9,2 quilômetros distante do ponto previsto nos estudos de impacto ambiental. Paranhos garantiu que a nova proposta apresentada é melhor, dos pontos de vista ambiental, social e econômico. O novo projeto ainda terá que ser aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Paranhos também destacou a necessidade de os dois grupos trabalharem juntos para minimizar os impactos ambientais das duas obras. “A gente não vai poder pintar cada mosquito e definir qual é de Jirau, qual é de Santo Antônio. E os peixes não têm passaporte. O mesmo bagre que tem que subir no mecanismo de transposição de Santo Antônio tem que subir no mecanismo de Jirau”, disse ele.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acredita que os dois grupos cheguem a um consenso ainda nesta semana, quando haverá uma reunião em Brasília, mediada por ele. “Vou presidir essa reunião final deles para que o entendimento seja selado definitivamente”, disse Lobão, que não descartou a possibilidade de o governo assumir as obras, no caso de a briga parar na Justiça. “O governo saberá o que fazer. O fato é que as obras começarão dentro do prazo.”
Paranhos também disse hoje que tomou conhecimento de partes de um dossiê, que teria sido elaborado pela Odebrecht, com informações confidenciais da Energia Sustentável. Segundo ele, o documento continha um cronograma detalhado das obras e uma proposta comercial de uma fabricante de turbinas ao consórcio.

“Eu não sei como foram parar lá, não sei se é espionagem industrial, mas digo que estão lá, e são documentos importantes e confidenciais.” De acordo com Paranhos, o dossiê também traz informações sobre a intenção da própria Odebrecht de mudar o local de construção da Usina de Jirau. “Eles tinham alternativas bem mais baratas, só não dizem onde seria o novo eixo. Mas eles estudaram a Ilha do Padre, conheciam aquela região”, disse Paranhos, referindo-se ao novo local escolhido para a usina.

Ele ressaltou que sua empresa não irá tomar nenhuma atitude sobre o caso. Apenas “tomará mais cuidado” com as informações. A Odebrecht ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Por Sabrina Craide, repórter da Agência Brasil.

Rede de pesquisa do bambu é criada



Um mercado ainda pouco explorado no Brasil, mas com grande aplicação econômica em diversos países, ganha um impulso com a criação da Rede Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Bambu (Redebambu/BR).

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apoiará projetos de pesquisa e desenvolvimento que busquem a inovação e a difusão de conhecimento ambiental e de tecnologias de utilização dos bambus nos setores da construção civil, da indústria de móveis e de outros artefatos.

China, Índia, Colômbia e Equador são alguns países que têm desenvolvido tecnologias para o aproveitamento do bambu na construção civil, no artesanato e na alimentação humana e animal.

O território brasileiro abriga grande diversidade de gêneros e de espécies de bambus, muitos deles não encontrados em nenhuma outra parte, e tem no Acre uma das maiores florestas contínuas de bambu nativo no mundo.

Apenas na costa da Bahia, na região da Mata Atlântica, foram encontrados 22 gêneros e 62 espécies de bambus. Essa diversidade está ameaçada de extinção pela ocupação desordenada do espaço, a expansão da lavoura cacaueira e a retirada ilegal de madeira.

Segundo o CNPq, as propostas aprovadas para a Redebambu serão financiadas com recursos de até R$ 1,8 milhão. Podem concorrer pesquisadores, professores e especialistas com vínculo empregatício com instituições de ensino superior, centros e institutos de pesquisa e desenvolvimento públicos e privados.

Propostas devem ser enviadas até 22 de setembro, exclusivamente pelo formulário de propostas on-line, disponível em www.cnpq.br/formularios/index.htm.

Legenda: CNPq lança chamada para Redebambu, que apoiará projetos de difusão de conhecimento ambiental e de tecnologias de utilização na construção civil, na indústria de móveis e em artefatos


Mais informações sobre a chamada: www.cnpq.br/editais/ct/2008/025.htm

Agência FAPESP

Governo do RS muda representantes em colegiado para tentar aprovar limites de poluentes das usinas a carvão fora de qualquer bom-senso



Por Lucia Ortiz*
Tabela: Clique para ampliar

O Estado do Rio Grande do Sul, por seus atuais representantes políticos na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) poderá contribuir enormemente para a adoção de limites de emissões de gases e material particulado, na produção de energia à carvão, muito acima de qualquer outra referência mundial. Representantes da Fundação Estadual de Proteção Amibiental (FEPAM) estão sendo substituídos quando seguem política acautelatória e propõem limites cuidadosos à poluição. Entenda o que está acontecendo em uma subcomissão do CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente.

Em Dezembro de 2006, a Resolução CONAMA 382 estabeleceu limites de emissão de poluentes à atmosfera por fontes fixas, como indústrias de celulose, cimento e siderurgia. Por entenderem-se as termelétricas a carvão mineral um problema restrito ao sul do país, delegou-se o estabelecimento de normas específicas a estas fontes pelos Estados.

Então, desde o final do ano passado, a tentativa de construção de uma norma que fixe limites máximos de emissão de óxidos de Nitrogênio (NOx), óxidos de Enxofre (SO2) e Material Particulado (MP) por fontes à carvão mineral para o Rio Grande do Sul tem estado na pauta da Câmara Técnica (CT) de Recursos Atmosféricos do CONSEMA, a qual tornou-se a "bola da vez" no processo desvio de função deste Conselho para atender interesses econômicos, dentro de um contexto mais amplo de desmonte da política ambiental estadual.

Ainda em 2007, visando iniciar o processo coletivo de construção da norma, representantes da FEPAM, embasados na sua experiência e nos limites fixados nos processos de licenciamento de empreendimentos a carvão, apresentaram minuta de resolução a ser debatida na CT. A seguir, propôs-se um subgrupo, formado por representantes da indústria, secretarias de governo e da Sociedade de Engenharia, o qual apresentou uma contraproposta com sugestão de limites abusivamente permissivos de emissão de poluentes e muito superior àqueles já aplicados no licenciamento de termelétricas à carvão no Estado que possuem tecnologias de mais de 30 anos (V. Tabela), levando à polarização do processo, o que resultou na dificuldade do andamento da CT na busca de construção de consenso.

Recentemente, representante da Secretaria de Infra-Estrutura, entidade que registrou apenas 30% de presença na CT e que pelo Regimento do CONSEMA já estaria excluída da mesma, surpreendeu a todos ao questionar o processo eleitoral que havia reconduzido os representantes da FEPAM à presidência da câmara, causando constrangimentos e paralisando os trabalhos. A direção da FEPAM apressou-se em facilitar o pleito: na reunião seguinte, de 05 de agosto de 2008, substituiu sem aviso prévio os funcionários de carreira da casa que presidiam a CT em nome da FEPAM desde que foi estabelecida por sua iniciativa como uma câmara provisória, alijando-os do processo e forçando a necessidade de nova eleição.

Tudo indica que a próxima reunião da CT, que acontece nas tardes das primeiras terças-feiras do mês no 11º andar da SEMA, irá conceder a presidência da CT à SEMA que, em que pese deveria ser idônea e representar a defesa do meio ambiente perante aos demais setores do Governo e da sociedade gaúcha, tem coordenado processos semelhantes nas instância do CONSEMA de retaliação e intimidação dos técnicos dos órgãos da secretaria, como a Fepam e a Fundação Zoobotânica, para a flexibilização de instrumento de planejamento e controle ambiental favor do que chama de “desenvolvimento”.

Pelo andar da carruagem, o Rio Grande do Sul pode se tornar depositário de tecnologias obsoletas de queima de carvão mineral com abusivos padrões de emissão de poluentes causadores de chuva ácida e danos à saúde humana e ao ambiente natural e ser ainda uma péssima referência nacional para projetos de térmicas a carvão que surgem nas mais diversas regiões do país, associados a siderúrgicas e portos para a importação de carvão chinês previstos no PAC.

A resposta da sociedade civil organizada aos desmandos do Governo em ataque qualquer à política ambiental tem se dado pelo oferecimento de informação à opinião pública e por notícia ou ações junto ao Ministério Público e Poder Judiciário. A defesa dos interesses que são de todos, interesses difusos da sociedade, entre os quais a qualidade do ar que respiramos, devem ser buscados aonde for possível, mas tem sido frustrante exercício de participação em debates que deveriam pautar-se nas questões técnicas, e que acabam atropelados pela falsa democracia da maioria, construída de forma tão questionável.

Os órgãos locais do Sistema Nacional do Meio Ambiente, que devem evitar que posições político-partidárias de quem está no Governo Estadual deixem um rastro de degradação da qualidade ambiental para as gerações futuras, tem sido coordenados sob o pressuposto político de que poluição é bom e traz desenvolvimento, como naquela velha posição defendida pela delegação oficial brasileira à Conferência de Estocolmo em 1971...

*A autora é representante dos Amigos da Terra, única ONG na Câmara Técnica sobre Recursos Atmosféricos e Poluição Veicular do CONSEMA.

Minc diz que mudança no projeto de Jirau tem quatro pontos positivos e um negativo



A mudança no projeto básico da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, que deslocou em nove quilômetros o local de construção da barragem “tem quatro pontos negativos e um positivo”, de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Equipes do ministério e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão no local avaliando os impactos da mudança anunciada pelo consórcio vencedor da licitação após o leilão do empreendimento.



“Do ponto de vista ambiental, até agora nós identificamos quatro impactos positivos e um negativo. Os positivos são em relação à questão da malária, à sedimentação, do bota-fora das rochas e da questão dos peixes. E o impacto negativo é o aumento da área inundada. Nossa equipe está no terreno querendo saber exatamente o que há nessa área inundada, se há muita população ou pouca, se tem espécies de alto valor do ponto de vista de flora, de fauna; estamos mensurando o tamanho do impacto negativo”, detalhou Minc hoje (11), durante anúncio da licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que também integra o complexo energético do Rio Madeira.



A identificação de mais pontos positivos que negativos na mudança do projeto não significa que o Ibama irá aprovar a alteração. O presidente do órgão, Roberto Messias Franco, ponderou que “nem sempre quatro é maior que um”, ao comentar as possibilidades de aprovação ambiental da mudança. “Comer um boi, por exemplo, é mais que comer quatro galinhas”, comparou, brincando.



Segundo Minc, a área ambiental decidirá “em breve” sobre Jirau. “Outros aspectos: econômicos, financeiros, licitações, isso é com o Ministério de Minas e Energia e com a Agência Nacional de Emergia Elétrica [Aneel]. Nossa questão é ambiental”, disse o ministro do Meio Ambiente. O contrato de concessão da UH de Jirau será assinado nesta terça-feira (12) no Palácio do Planalto.


Foto de José Cruz (ABr): O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala durante assinatura da licença ambiental de instalação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira .



Por Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil.

Nova extinção em massa?



Os anfíbios resistiram bravamente às últimas cinco extinções em massa que assolaram o planeta, mas talvez não consigam se dar tão bem na próxima, que já pode ter começado.

Segundo estudo feito por David Wake e Vance Vredenburg, do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, as taxas de extinção de anfíbios subiram a níveis nunca vistos, em um sinal inequívoco de que há algo errado.

O trabalho, que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), destaca que a maior culpa é das mudanças climáticas, do desflorestamento e de uma doença mortal que tem pulado de uma espécie a outra.

Os autores questionam se a Terra estaria no início de sua sexta extinção em massa e apontam que os anfíbios fornecem uma resposta clara. Pelo menos um terço dos mais de 6,3 mil espécies de anfíbios no mundo está ameaçado.

"A mensagem geral a partir dos anfíbios é que podemos ter muito pouco tempo para evitar uma extinção em potencial. A questão é se prestaremos atenção antes que seja tarde demais", disse Vredenburg, que também é professor da Universidade Estadual de San Francisco.

Diversos fatores têm sido apontados como causadores de mudanças profundas nas populações de anfíbios, mas o artigo destaca uma doença infecciosa emergente, a quitridiomicose, como diretamente responsável pelo fim de mais de 200 espécies. Nenhuma outra doença representa uma ameaça tão grande à biodiversidade.

O problema é causado por um fungo aquático de origem desconhecida, o primeiro do tipo a atingir invertebrados e, no caso, apenas anfíbios. Segundo os autores do estudo, entender a ecologia da quitridiomicose ajudará não apenas aos anfíbios, mas também aos humanos, uma vez que ainda não se sabe se o patógeno poderá atingir outras espécies.

Um exemplo de espécie ameaçada é o sapo-de-perna-amarela de Sierra Nevada, que foi identificada com quitridiomicose em 2001. Nos anos seguintes, foram registrados casos de enorme mortandade e de colapso de populações da espécie.

De acordo com os autores, ainda não se sabe como o fungo, que é surpreendentemente virulento, provoca a morte. "É preciso entender o que está matando esses animais. Essa doença é um exemplo notável de um patógeno que pula fronteiras e causa destruição", disse Vredenburg.

Wake e Vredenburg descrevem os impactos das extinções em massa anteriores. A mais antiga conhecida ocorreu há cerca de 439 milhões de anos, quando 25% de todas as famílias e 60% dos gêneros de organismos marinhos deixaram de existir. A seguinte foi durante o Devoniano superior, há cerca de 364 milhões de anos, quando 22% das famílias e 57% dos gêneros marinhos desapareceram.

A extinção no Permiano-Triássico, há cerca de 251 milhões de anos, foi de longe a pior, com o fim de 95% de todas as espécies, marinhas ou terrestres. A seguinte ocorreu no fim do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, que afetou particularmente as espécies marinhas.

A mais recente extinção marcou o fim do Cretáceo, há cerca de 65,5 milhões de anos, quando 47% dos gêneros marinhos e 18% das famílias de vertebrados desapareceram. É a mais conhecida, por ter marcado o fim dos dinossauros.

Foto Divulgação: Anfíbios sobreviveram às extinções anteriores, mas com um terço de todas as espécies em risco, cientistas alertam para o peso das mudanças climáticas e de novas doenças.

Da Agência FAPESP

O artigo Are we in the midst of the sixth mass extinction? A view from the world of amphibians, de David Wake e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org/.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Aquecimento global vai provocar queda na produção agrícola brasileira

O aumento da temperatura global vai provocar crescimento menor da agricultura brasileira nos próximos anos. Essa é uma das conclusões do estudo “Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira”, elaborado em parceria pela Universidade de Campinas (Unicamp) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O engenheiro agrônomo Hilton Silveira Pinto, diretor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, um dos coordenadores da pesquisa, disse à Agência Brasil que o estudo detectou a possibilidade de quebra da produção agrícola, principalmente de grãos.

Cana-de-acúcar

“Das culturas que nós vimos até agora, apenas a cana-de-açúcar é que sai ganhando, pelo menos até 2050. Nas outras culturas, a área [plantada] diminui e a produtividade diminui”. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, essa expansão projetada para a cana não se deve à produção de etanol. “

Ele esclareceu que a produção de cana vai aumentar porque a modificação climática continua sendo adequada a essa cultura. “O etanol vai sair ganhando porque o clima vai favorecer a produção de cana”.

A mandioca é outro produto que não sairá perdendo com o aquecimento global, segundo o engenheiro agrônomo. Embora o Nordeste deixe de produzir mandioca, também conhecida como aipim ou macaxeira, essa raiz poderá ser cultivada na Amazônia, ainda que não imediatamente.
Isso ocorrerá “acima de um limite de anos em que a diminuição das chuvas na região permita [que se cultive] a mandioca”.

Hilton Silveira estima que depois de 2020 e até 2050 serão criadas condições mais propícias para o cultivo de mandioca na Amazônia. O estudo da Unicamp/Embrapa será divulgado hoje (11) à tarde no 7º Congresso Brasileiro do Agribusiness, em São Paulo e, segundo Silveria, não tem o objetivo de criar “terrorismo climático”.

“O que a gente está querendo é mostrar que tecnologias a serem desenvolvidas podem fazer com que o fantasma do aquecimento global na agricultura não seja tão ruim. A gente pode adaptar culturas, pode perder plantio ou produção de soja no Sul, por exemplo, e ganhar em cana-de-açúcar”.

Migrações sociais

O engenheiro agrônomo destacou também a necessidade de que as mudanças do clima preparem as autoridades para outro problema da maior relevância no Brasil, que são as migrações sociais e as dificuldades que isso representará na área da saúde.

Outro problema apontado pelo pesquisador da Unicamp é o fato de que “o Brasil tem uma mania muito grande de deixar acontecer para depois correr atrás”. Daí o alerta que está sendo feito para que o governo e a sociedade possam adotar medidas preventivas com bastante
antecedência.

Silveira ressaltou que a única instituição que liberou recursos para trabalhos de pesquisa na área da agricultura e mudanças climáticas foi a Embrapa. Nas demais, “fala-se muito e age-se pouco”, criticou. Ele enfatizou que é preciso que o Brasil atue da mesma forma que países desenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra, e passe a agir imediatamente para minimizar os efeitos do aquecimento global.

Ele criticou também o fato de os dados climáticos existentes não serem disponibilizados pelos órgãos oficiais do setor, como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo, o que prejudica os trabalhos dos pesquisadores.

Por Alana Gandra, da Agência Brasil. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

Leia mais: Perdas nas safras com aquecimento global podem superar R$ 7 bilhões em 2020, alerta estudo

Evento vai debater florestas, cadeia da madeira e mudanças climáticas

Florestas, Silvicultura e Mudanças Climáticas será o tema do 10º Congresso Florestal Estadual e 1º Seminário Mercosul da Cadeia Madeira, que acontecerá de 19 a 22 de agosto, no município gaúcho de Nova Prata. Realizado a cada quatro anos, desde 1968, o evento está completando 40 anos nesta edição, que terá três eixos principais: legislação ambiental aplicável ao setor, políticas públicas (sistema estadual de meio ambiente) e ciência e tecnologia (pesquisa e desenvolvimento).

Para o encerramento, na manhã do dia 22, a partir de 8h30min, está prevista uma audiência pública da Assembléia Legislativa, em Nova Prata, com a participação das Comissões Permanentes do Mercosul e Assuntos Internacionais, de Saúde e Meio Ambiente e de Economia e Desenvolvimento. Serão entregues aos parlamentares e demais autoridades presentes as propostas originadas de 12 seminários regionais.

Delegações do Mercosul

Conforme o Presidente do Congresso, Claudio Dilda, estão confirmadas delegações do Chile, Argentina e Uruguai, além do Brasil, para debates sobre os impactos dos sistemas agroflorestais e silvipastoris, a sustentabilidade da cadeia produtiva da base florestal, a integração da cadeia madeira no Mercosul e a relação entre florestas nativas, silvicultura e alterações do clima. O congresso se realiza em meio a uma enorme controvérsia sobre a implantação de grandes projetos de plantio de eucalipto na metade sul do Estado.

"Será uma oportunidade para a discussão do cenário e das políticas atuais em relação a florestas, bem como do significado da silvicultura no contexto de uma sociedade que não deixa de consumir produtos de origem florestal", ressalta Dilda. "O meio ambiente não tem fronteiras. Plantar de um lado ou de outro, por uma linha imaginária, é indiferente para o meio ambiente, daí a importância da discussão entre os países do Mercosul", acrescenta Dilda.

Palestrante do IPCC

Entre os painéis, palestras e conferências, está confirmada a participação do doutor em meteorologia Carlos Nobre, membro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do IPCC da ONU; o doutor em Solos e Nutrição de Plantas Walter de Paula Lima, professor da Universidade de São Paulo (USP); pesquisadores da Embrapa; representantes de empresas de base florestal, de universidades e de órgãos governamentais brasileiros em esferas estadual e nacional.

O Congresso e o Seminário são organizados pelo Estado do Rio Grande do Sul, Prefeitura de Nova Prata e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), juntamente com diversas empresas, universidades, Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da Fiergs, entidades de classe vinculadas ao setor, Assembléia Legislativa do RS e Governo Federal.

Acesse http://www.congressoflorestalrs.com.br/ para a programação completa e inscrições.

EcoAgência, com informações da assessoria de imprensa. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

domingo, 10 de agosto de 2008

Monsanto terá curso em universidade pública

O jornal *Brasil de Fato* desta semana (ed. 284) denuncia mais uma acordo que coloca instituições públicas a serviço dos interesses privados. A Monsanto firmou um convênio com a USP (Universidade de São Paulo), no início deste ano, cuja versão original do contrato, revisto após pressão de professores, submetia a USP a sigilo absoluto e a subordinava a uma lei dosEUA. Uma cláusula que permaneceu no documento, a oitava, estabelece que a Universidade e sua Fundação, a Fusp, são obrigadas a manter sigilo em relação à toda informação relacionada às atividades da Monsanto.

A parceria entre a USP e a transnacional estadunidense se insere dentro de um projeto de pré-iniciação científica para estudantes do ensino médio da rede estadual, feito também em parceria com a Secretaria de Educação do Estado. A USP disponibilizará seus laboratórios e alguns docentes que aceitem receber esses estudantes. A Monsanto financiará parte do projeto, num valor de R$ 220 mil, destinado a garantir bolsas a professores da rede estadual que acompanharão os alunos participantes. Ao todo, o projeto atingirá 500 estudantes e 60 docentes. As bolsas estudantis serão, por sua vez, financiadas pelo banco Santander, com uma verba bastante superioràquela fornecida pela Monsanto.

Para Ermínia Maricato, representante docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo no Conselho de Pesquisa da USP, o convênio com a transnacional pode prejudicar a imagem da instituição de ensino. "Não concordo que a USP assine convênio com essa empresa, contra a qual existem fatos graves", finaliza.

Leia a íntegra da matéria no jornal *Brasil de Fato desta semana.http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/monsanto-na-usp-halliburton-na-agencia-nacional-do-petroleo/?portal_status_message=Comment+added#1218373779


Do Brasil de Fato < http://www.brasilde fato.com. br/v01/agencia>*